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terça-feira, 8 de outubro de 2019

2019 > A lagarta e a borboleta

Por algum motivo para mim o ano começa em Outubro, pode ser porque é o mês do meu aniversário, mas quase todas decisões importantes na minha vida acontecem neste mês... coincidência...? Pode ser... ou talvez não...

2019 não foi diferente... este foi um dos melhores e piores anos da minha vida... não tão difícil como 2017 ou 2018 mas um ano de grandes mudanças (e as mudanças doem), de crescimento... onde fazemos do certo o errado e tiramos daí as devidas conclusões... ou lições...

2019 foi o ano de desabrochar... ganhar asas e voar... grande energia e emoções fortes... muita vida, e pessoas novas... novas paixões... que eu achava já não ser possível... dei-me como morta para a vida e para o amor, e então a grande surpresa... afinal estou viva...

2019 foi como um renascer... um voltar à adolescência, à minha verdadeira essência...



Aquela menina esquecida tomou o poder e agarrou as rédias das minhas prioridades... viver... ser feliz... ser eu própria... contas feitas... um pouco mais do mesmo... "quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que paga"...  ;)  mas também fica a lição e o equilíbrio não se consegue sem antes experimentar-mos o desequilíbrio... precisamos de um extremo para perceber onde se encontra o centro.

2019 foi um ano de coração aberto, entrega absoluta, mergulhos em piscinas... muitas vazias... foi um ano de tomada de consciência da natureza humana, das suas fragilidades e inseguranças, dos relacionamentos verdadeiros e daquelas que só vêm os seus próprios interesses. De conhecer verdadeiras essências... infelizmente muitas desilusões, mas felizmente muita aprendizagem...

2019 foi um ano de entrega com toda a intensidade da minha natureza e do meu coração, mas também foi um ano de purgas, limpezas impiedosas de tudo e todos que não me servem... que nada me acrescentam... que me pretenderam usar ou limitar... na minha ainda frágil entrega... muitos nesta medida e outros por arrasto... e por estes lamento... porque as saudades doem... e porque simplesmente não devia terminar assim... mas a vida é como é... decisões tomadas, consequências assumidas... quando seguimos um caminho, outro, inevitavelmente fica para trás.

2019, fechou um ciclo... tão maravilhoso como louco... experiências únicas que apesar de tudo me tornaram mais rica... como pessoa, como ser humano e com mais sabedoria da vida... e a todos que fizeram parte deste meu processo... de coração,  agradeço...

Acabou Setembro... e agora... novamente... Outubro, novo ciclo começa... sinto-o dentro de mim... nem sei explicar, mas estou pronta... as coisas simplesmente acontecem... desenrolam-se como  um novelo de lã...

Venha 2020...  irei recebe-lo, menos iludida, mais consciente... mas sempre, sempre de coração aberto, e cada vez mais livre para viver de acordo com as minhas convicções. 

Resta-me desejar a todos um feliz ano novo... antecipado ou não... cada um interpreta como quiser...

Um grande bjn.

Apenas Eu....

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Transparente...




É assim... cada dia que passa é um passo mais perto...

O caminho aproxima-se do fim… vou largando pedaços de mim…

Células mortas que cobrem de pó os móveis que limpo... e desapareço lentamente...

Enquanto tomo consciência que nada fui, sou, ou serei…

Além de um sopro… um sussurro… um sonho… uma transparência...

quinta-feira, 6 de junho de 2019

Uma viagem...




Fiz a viagem... falei comigo… teria à volta de 12 anos… olhei para mim e vi-me… uma menina assustada, pequena e frágil, de ar doce meio perdido...

Estava sentada à beira de um regato, numa pedra lisa, por baixo de um chorão.... com olhos muito abertos, como que com medo e confusa, olhei-me com a cabeça encostada aos joelhos, as mão a abraçar pernas, como quem se protege… e perguntou… conseguiste...?

Então respondi-me, acho que sim… tive os filhos que querias, são lindos… Abracei-me e agradeci por ter sido quem fui...

Mas não lhe disse que a solidão que na altura senti… ainda me acompanha, permanece dentro sem resposta. E voltei com ela em mim… ainda mais triste que no momento que parti...

sexta-feira, 8 de março de 2019

Feliz Dia / Semana / Ano / Vida... da Mulher...

Como Mulher orgulhosa que sou não poderia deixar em branco esta data, sem pelo menos um bitaite...

Ao longo dos anos à procura de mim própria... deparei-me com a realidade que não sou só uma pessoa, um indivíduo... sou uma mulher... Uooooooooo... uma mulher com maminhas e tudo... mas também sou muito mais do que isso...

 Sou um emaranhado de experiências, tal forma complexo que às vezes para desatar o nó só mesmo cortando.... e então desembaraço mais um bocadinho e lá vou enrolando o novelo. Olho pelo canto do olho para a meada, meia perdida mas ao mesmo tempo em tom de desafio pois se a vida fosse simples não tinha graça... 

A verdade é... se não dá pica, não quero... Um bom puzzle, especialmente daqueles que me obrigam a colocar tudo em perspectiva é aquele que me faz crescer... e que eu até inconscientemente agarro... Está na minha natureza rebelde colocar em causa o status quo, pois bem... o que é que isto dá... asneira!!!! e depois vêm os julgamentos...

O facto de ser direta, independente, falar o que penso e fazer o que me dá na veneta (sem faltar, obviamente às minhas responsabilidades e ao respeito ao outro) faz de mim um bicho complicado, uma mão cheia de trabalho... por um lado cumpro, por outro largo e pelo caminho, posso nem sempre ter bom sentido de orientação mas tenho sempre chegado ao destino... e só por isso agradeço...

Acima de tudo... Agradeço ser mulher... complicada, complexa... cheia de nuances e matizes... não sou preto nem branco... sou azul, rosa, amarelo e vermelho numa conjugação maravilhosa e única.

Sou amor, sou perdão e compaixão. Sou guerreira, implacável, feroz e dedicada. Delicada, frágil e sensível... e o meu dia não é hoje... são todos os dias da minha vida...

quarta-feira, 6 de março de 2019

Coisas que me tiram do sério!!!!

A covardia dos homens no momento de dizer... não quero... ou não quero mais...
Aqui as coisas são bem complexas... gostava que algum "H"omem me explicasse o porquê desta inibição de demonstrar as suas verdadeiras intenções... seja em que momento for... a falta de capacidade de criarem limites claros é para mim um verdadeiro mistério...

> Se só querem um caso... digam...
> Se gostam de estar com uma pessoa... digam...
> Se não querem ser incomodados... digam...
> Se têm medo de sofrer... digam...
> Se não é o momento... digam...

Seja o que for... digam...

Porra!!!! digam.... Sejam claros... para vosso e nosso bem...

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Mas explico... porque o sexo forte, por vezes precisa de uma pequena dose de reflexão... 

Mesmo quando não existe uma "relação"... existe uma "relação"... E tudo começa com a definição da palavra "relação" e entre várias, temos:

> Narração de factos que se sucedem uns aos outros.
O que começa simples naturalmente se complica... a sucessão de factos muda a perspectiva. As ações originam reações e consequentemente julgamentos pois estamos cegos e ignorantes perante a verdade dos outros... que não conhecemos... 
É fácil ignorar, desaparecer... difícil é lidar com a natureza da outra pessoa com frontalidade, respeito e compaixão.

> Analogia entre factos ou discursos. = CONEXÃO
A conexão existe, se não, não teria acontecido. O encontro de 2 pessoas só existe se num determinado momento porque existiu uma conexão... seja ela qual for... E o que hoje faz sentido, amanhã já não faz... e não faz mal... as coisas são como são. O importante é estar em paz e consciência... compreendo que é mais fácil ignorar, desaparecer...
Difícil é lidar com a natureza do outro com frontalidade, respeito e compaixão.

> Dependência, ligação.
Estes são factores inerentes a qualquer "relação". Diria "não relação"... mas isso não existe...
A dependência não tem de ser negativa assim como a ligação, são apenas linhas invisíveis que unem enquanto existe um propósito... e como tal... podem ser cortadas a qualquer momento. Agora, cabe-nos a nós saber cortar a ligação...  com frontalidade, respeito e compaixão.  

> Ligação afectiva ou sexual entre duas pessoas.
Esta é bastante óbvia e bastante literal e como todas as histórias tem um princípio e um fim... independentemente do tempo e das aventuras pelo meio... mas é tão simples.... frontalidade, respeito e compaixão > é fácil ignorar, desaparecer... difícil é lidar com a natureza do outro e sair da dita "relação" sem provocar mágoas ou inseguranças.

> [Aritmética] Comparação entre duas quantidades desiguais.
Pois é... raramente numa "relação" estamos em pé de igualdade... cada um no seu momento... cada um no seu caminho... com medos e inseguranças... este caminho é normalmente solitário... e é aí que devemos ser conscientes. Devemos saber colocar o nosso ego de lado e olhar... olhos nos olhos e dizer estamos dispostos a aceitar as consequências das nossas ações com frontalidade, respeito e compaixão, tanto no que me diz respeito ao próprio... mas a cima de tudo em relação ao outro...  

É assim... as coisas não são complicadas... nós é que as complicamos... quando deixamos entrar alguém na nossa vida temos de estar preparados para a deixar sair ou para a convidar a sair... apenas há formas e formas de o fazer e está na nossa consciência ser-mos maiores ou apenas agirmos como crianças sem olhar às consequências das nossas ações...


"relação", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa.

terça-feira, 5 de março de 2019

Sim sou forte, não choro...

Sim sou forte, não choro... anos e anos... E nem uma lágrima.

Pedi..., por favor façam-me chorar.... Parece que o meu coração  é feito de pedra... Nunca fui assim... Não me reconheço mas ano após ano as lágrimas secaram e parecia que não voltariam... Afinal sou forte... Aguento tudo, nada me afeta...

Quando caio... levanto-me, ergo a cabeça e penso... é só mais uma lição, mais um percalço... agora estou mais forte... novo dia, nova oportunidade... em frente... em frente, não vale a pena olhar para trás... segue o teu caminho, passo a passo determinado... sorriso nos lábios, lembra-te de quem és e dos que dependem de ti...

Não sou uma super mulher mas bem poderia ser... Entre desgostos, filhos para cuidar, obrigações e trabalho, não há  como nos compadecer com a nossa própria fragilidade... não há espaço para a emoção, para o amor ou auto comiseração.

Até que um dia, por um segundo... sem saber como nem porquê baixei a guarda e a carapaça rachou, a luz abriu caminho entre as frestas... invadiu-me e deixei-me cegar... emergi da caverna de sombras, da realidade de criei... Lentamente deixei o sol entrar e iluminar os cantos escondidos que já nem sabia existirem e então lembrei-me... que um dia fui criança e sorri sem bem saber porquê...

Inebriada por esta nova realidade pousei a espada, tirei a armadura e mergulhei despida num regato de alegria e esperança... abri o peito e o coração... e deixei que o sopro do dragão entrasse de novo em mim... e voltei a ser a menina curiosa com fome de mundo e de vida... eu... sou eu outra vez... pensei...

Mas na verdade essa menina já não o é mais, e agora sem armadura nem espada estou vulnerável e frágil e foi então que as lágrimas vieram, correram livres e com vontade própria... e não as posso parar...

Trazem a saudade de quem já partiu, a saudade de quem não pude ser... o arrependimento de ter permitido a luz entrar e a consciência que o caminho é solitário... e o que resta são apenas as memórias dos momentos que tivemos e a ilusão dos que nunca teremos.

Visito-te em sonhos, a dormir e acordada e juro que ainda te oiço rir... enquanto dizes... "gosto de ti..."

E as lágrimas não param e não sei se as quero parar... quero chorar a minha saudade... limpar a alma, beijar a lembrança de ti... e sei que... ainda estou no meu caminho... mas o meu destino és tu... e imagino vezes sem conta o dia em que volto para ti...

Alguém disse... as lágrimas são memórias que correm pelo rosto... acredito... e agora choro... sou forte... mas choro... de cabeça erguida... mas choro...

Com amor...