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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

A ira de um anjo....

Vivo até hoje com a certeza que todas as crianças são boas por natureza, já me disseram inúmeras vezes que não é verdade e até me chamaram ingénua. Mesmo assim, agarro-me à convicção, não existem crianças más!!!



Algumas são naturalmente dóceis, meigas e afetuosas, outras traquinas, prespinetas e espevitadas mas todas elas são crianças… telas em branco onde a vida e os que as rodeiam deixam as suas pinceladas, as suas marcas. Ano após ano estes quadros podem transformar-se em paisagens com um enorme potencial de descoberta e grandeza ou por outro lado em trágicos retratos de impotência, crueldade e tristeza.



Mais tarde independentemente da sua vivência cada um terá de agarrar a vida e futuro com as suas próprias mãos e ter a coragem de mudar, num permanente trabalho de auto conhecimento e melhoramento pessoal. Mas até lá… são apenas crianças...



Todas as ações têm uma reação, tal como descreve a Terceira Lei de Newton, mas nós não somos apenas corpos inertes, somos um complexo emaranhado de condicionamentos químicos e psicológicos. E numa criança uma ação não provoca apenas uma reação mas sim vários ecos dessa mesma reação que vão influenciar o desenvolvimento da psique e futuras posturas de receptividade ou proteção face àquele tipo de ação.

A primeira reação à ação é aquela que é visível, como um sorriso de orelha a orelha quando elogiamos um trabalho bem feito e o eco é a influência na criação da consciência que a criança é capaz de completar os seus desafios e o terceiro eco corresponde ao aumento da sua auto-estima e ganhar motivação para se tornar ainda melhor.



Esta é a atitude positiva, mas se a criança receber exatamente o estímulo oposto ou se for confrontada com comportamentos agressivos, abusivos, ou se simplesmente não tiver alguém que lhe coloque limites claros do que está certo ou é inaceitável? Então que reações psicológicas serão criadas e que tipo de mecanismo de defesa terão estes meninos e meninas. No final como é que este tipo de ações se vão refletir na sua personalidade e na forma como lidam com eles próprios e com os outros, sejam os pais, professores, irmãos ou colegas de escola.

Assim repito, não acredito que existam crianças más… existem crianças que são reflexo dos estímulos que recebem, como os interpretam, como criam os seus mecanismos de defesa e como encontram o seu espaço e respeito entre pares.



Uma vez que os estímulos a que as crianças estão sujeitas diariamente são incontáveis, como vamos então poder ajudá-los a perceber e a colocar em perspectiva cada um deles? como podemos ajudá-los a perceber que podem manipular os ecos de cada ação, mesmo que negativos e transformá-los em valores positivos para vida? 

Para mim nunca é simples mas sempre fazível…. vamos conversar, acima de tudo ouvi-los com atenção. Faço isto mesmo que não sejam meus filhos, oiço as suas queixas e versão da história, tento compreender onde e como a criança viveu o momento de frustração, se foi em público, se se sentiu humilhada perante os colegas e elogio eventual atitude positiva:

1 - ...muito bem! percebeste que o que stora fez foi injusto, mas mesmo assim respeitaste a sua decisão...

2 - Como cada história tem 2 lados, agora vamos analisar o outro - A stora tem 4 turmas de 30 alunos e toma decisões todos os dias, se dá uma nota superior a um aluno, com o objetivo de o motivar, e este tirou uma nota baixa no teste seguinte, então está no seu direito de pensar que o aluno não estudou - foi injusta, mas foi humana, simplesmente errou.

3 - a criança deve resolver as coisas por ela própria… de forma humilde e com respeito. Mais uma vez acredito que o diálogo é o caminho - "Mostras que ficaste triste com o que a stora disse e mostras tudo o que estudaste para este teste, mas que infelizmente correu mal, assumes que tiveste alguns momentos de falta de atenção, mas que já estás a preparar-te para o próximo teste e que vai correr melhor de certeza.".

Assim a professora fica a saber que o que disse foi injusto mas que não caiu em saco roto, e que a criança se preocupa o suficiente para resolver os teus próprios problemas. E a criança pelo seu lado resolveu um problema de relacionamento face a uma injustiça e ganhou mecanismos de defesa para agir em situações futuras.

As crianças não são más, reagem de forma muito básica e instintiva aos estímulos que recebem e são os ecos das ações que os molda construindo mecanismos de defesa que depois se podem tornar em muros muito difíceis de derrubar e por vezes até trágicos. 

As ações agressivas e abusivas de forma constante sobre uma criança são devastadores e capazes de transformar o mais puro dos anjos no pior dos demónios, mas mais uma vez... não são as crianças que são más... mas sim o mundo à sua volta e estes miúdos, muitas vez nem sequer têm uma oportunidade...


A Ira de um Anjo (Child of Rage) - Documentário COMPLETO 



domingo, 19 de fevereiro de 2017

Tom do Dia VI - Para os meus amigos!

Os amigos que escolhemos com o coração são para a vida!

Amigos são aqueles que nos querem bem… aqueles que independentemente do tempo que passa, seja 1 dia, 1 mês ou 1 ano, quando falamos parece que foi ontem.



Estes Amigos recebem-nos de braços abertos ouvem as nossas angústias e riem das nossas histórias, sem julgamentos ou preconceitos.

Quando os ouvimos, sentimos as suas dores e queremos o seu bem, assim como o bem dos seus filhos e família tal como como se fossem as nossos. 

Amigos tenho poucos mas os que tenho guardo no coração com carinho e respeito. Mesmo aqueles que já partiram estão sempre presentes no meu pensamento e orações.

Aos meus amigos, obrigada, pelos seus ombros, convites, cafés, almoços, jantares, piadas, fofocas, maritnis, vinho, risadas, conselhos e diversão. Obrigada por não desistirem de mim mesmo quando não apareço, mesmo quando há vezes nem consigo explicar muito bem porquê...

Sinto no meu coração que amo os meus amigos, porque estes são a família que escolhi para viver a vida ao meu lado sem qualquer obrigação, senão aquela de me aceitarem tal como sou, assim como os aceito tal como são. Obrigada! 💝

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Tom do Dia V - Nada é Impossível...

Tu sabes tudo o que precisas saber para fazer o que tem de ser feito!
(Mónica Viana)



Obrigada por me ajudares a tornar-me mais forte!


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Bullying - Como agir, reagir e defender os nossos filhos

Muito tem sido dito sobre bullying, mas o que é certo é que quando nos toca à porta, é muito difícil lidar com esta realidade…

A dúvida assola-nos… é mesmo bullying ou uma coisa de crianças? Será que o meu filho quer apenas chamar-me à atenção? Porque é que o meu filho não tem auto-estima suficiente para se defender? Onde é que eu errei?

A resposta é simples… NÃO ERRASTE!… As crianças que sofrem de bullying são normalmente as mais sensíveis, as mais doces e empáticas. Aquelas que gostam de agradar, as que se preocupam pelos outros… Tão simples como isto - Presas fáceis…

Já por outro lado quem o pratica, fá-lo porque são crianças com necessidade de impor a sua personalidade, ser o centro das atenções, elevados níveis de agressividade e uma postura de superioridade…


Depois vem o dia a dia da realidade… e não é fácil…
  • Temos de lidar com o sofrimento dos nossos filhos - Isto é o pior, que raiva... só apetece ir à escola e dar uns tabefes em toda a gente…
  • Lidar com o assunto com o QI emocional que nos é esperado - vamos contar até 10… 3 vezes… e repetir, se for preciso
  • Gerir e promover a auto confiança na criança - devagar, devagarinho chegamos lá… Tu és fantástico, tens de ser forte, não mostres medo, és melhor que ele, tu consegues, vá lá… a mãe está aqui para te ouvir… Acredita na mãe, vai-se resolver.
  • Perceber qual a capacidade das crianças para agir em sua própria defesa, cada miúdo é diferente… e têm medo…
  • Como lidar com o agressor, que também é uma criança e como tal devemos tomar todas as precauções para que a situação se resolva a bem para ambos - como pais e adultos temos essa obrigação moral… e temos de mostrar aos nossos filhos que o nosso espaço e respeito conquista-se mas não à custa do espaço dos outros
  • Lidar com os pais da criança, que muitas vezes estão em perfeita negação - estes é que às vezes precisam de uma participação… no mínimo…
  • Lidar com a escola e respetivos interlocutores - as burocracias não são fáceis e são morosas
  • Promover uma comunicação clara, transparente, neutra qb. e assertiva - e outra vez… vamos contar até 10… 3 vezes… e repetir, se for preciso. Não ajuda nada mandar vir com o diretor da escola, é no mínimo contraproducente.   

Denunciar é fundamental, mas requer algum exercício, fundamentar a queixa, reportar de forma sistemática com o objetivo de construir uma base sólida e inequívoca. Isto leva algum tempo, e pode ser emocionalmente desesperante.

Antes da denuncia temos ainda de esgotar as alternativas viáveis, falar com os pais da criança, com o professor responsável da turma e coordenador pedagógico. A escola, por sua vez, antes de agir com um processo disciplinar vai também esgotar as alternativas pedagógicas, falar com o aluno, colegas, auxiliares, pais e esperar que tudo se resolva.

Entretanto o nosso filho sofre na pele os abusos e maus tratos… e dói, como mãe, dói muito ver cria sofrer. Ao mesmo tempo fazemos o trabalho de reconstrução de auto estima da criança todos os dias e rezamos para que à noite não tenhamos de apanhar os cacos outra e outra vez.

Se as coisas não se resolverem entretanto, o que seria ideal. Chega o dia em que o processo está completo e informamos a escola que vamos efetuar uma participação oficial.


Li várias minutas, mas nenhuma foi de encontro à forma como eu pretendia abordar o tema junto da escola. Queria que fosse algo deste género:
  • Emotiva mas controlada
  • Assertiva e sistemática
  • Compreensiva e disponível para encontrar a solução de forma definitiva
  • E que deixasse bem claro que não iria tolerar que o meu filho sofresse mais um abuso que fosse.

Assim escrevi uma participação, que para mim funcionou muito bem, e se for caso disso espero que vos possa ajudar também. A castanho estão algumas notas para perceberem como foi tida em conta a construção da minuta. Sintam-se livres para alterar o que considerem necessário.

Faz o download da minuta, adapta-a e envia-a para a escola, via email ou CTT (depende da escola) para a direção de turma e para ou coordenar pedagógico. Minuta - Participação de Bullyng continuado 

Se tiveres dificuldades, deixa uma mensagem, e eu vejo o que posso fazer.

Se precisas de mais informação sobre o tema, este site pareceu-me interessante: educare.pt.


terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Se és mãe acredita no teu instinto!

Obrigada mãe por fazeres de mim a mãe que sou hoje. O teu amor é lindo e o teu coração grande :)
És a minha mãe Leoa.
...

Criar um filho é a coisa mais maravilhosa do mundo, vê-lo crescer, dia após dia, ganhar autonomia e finalmente independência é a melhor sensação de trabalho cumprido. Um agridoce entre saudade e orgulho. Os meus filhos ainda não deixaram o ninho mas preparo-me já psicologicamente para ver o primeiro a voar para longe, em 2 ou 3 anos...

Adoro reconhecer-me através dos meus filhos, das suas expressões, gestos e até formas de reagir, faz-me pensar como a nossa máquina é perfeita e como perpetuamos a nossa existência através deles.

No entanto como todos sabemos, criar e educar nunca é fácil. É um empreendimento que comparo muitas vezes a uma empresa, que exige planificação e estratégia, investimento e dedicação, trabalho, sacrifício mas tudo numa vertente humanizada repleta de amor, compreensão, tolerância, algumas difíceis decisões corretivas à mistura e muito jogo de cintura.


Mesmo que sejamos uns dos poucos sortudos, nascidos com o cú virado para a lua, e a vida nos proporcione as condições mais favoráveis para a criação dos nossos filhos. Mesmo assim… deparamo-nos com uma variável que não podemos contornar - a nossa própria condição humana e a dos nossos filhos - Na verdade não é apenas uma variável, são muitas... Combinações genéticas, personalidade, ambiente, capacidades cognitivas, equilíbrios químicos ou desequilíbrios hormonais…

Não somos perfeitos e tomamos decisões de acordo com a informação e juízos que temos e fazemos num determinado momento. O que é certo hoje, amanhã pode não ser assim tão certo. Mas cada momento ou cada decisão que ponderamos com amor é sempre a decisão mais acertadas.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Tom do Dia IV

Na vida procura o teu espaço, ocupa-o e respeita-o, mas lembra-te... respeita também o espaço dos outros.